Aqui. Nessa gaveta. Minha gaveta. Em um armário. Possivelmente, atrás de uma porta. Minha casa.


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Quem trás a mudança nas estações

O quente do sul

Se perde no deserto

No inverno da solidão


Espero


Espero pelo verão de tuas dobras

Que vão me aquecer no frio das

Próximas estações


Espero enquanto me esqueço no constante plano

No plano das planícies de onde sou

Na mesmice da rigorosa paisagem em horizontal que

Não muda e nos joga em devaneio

Não muda enquanto não tem tua presença


Então fico esperando

Jogado nessa estação

Queimando

No frio da solidão


Um comentário:

  1. Gostei muito de encontrar, nesse espaço de trás da porta,o desejo de escrever (e de se apropriar da LE e significar através dela, para além das formulações lingüísticas, como se dissesse "quero ser seu íntimo")
    Em uma ligeira primeira leitura, me agradaram as imagens ambíguas e dolorosas de "Quem trás a mudança nas estações".

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