Aqui. Nessa gaveta. Minha gaveta. Em um armário. Possivelmente, atrás de uma porta. Minha casa.


sábado, 23 de julho de 2011

Olho

Olho um olho no espelho

Que viu que eu olho

E me olhou interessado


Dizem


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Não importa que falem
Proclamem, afirmem
De forma vazia.

Não importa que tentem
Com essas palavras
Conhecer-te um dia.

Ou que delas tenham conhecido
Num fingimento desmedido.

Verdade:
Não importam palavras
Dissimuladas, mentiras,
Bajulações Interesseiras desonestas
Frívolas e fugazes, olhares,
Que existem ou existiram.

Não me importa
O que não tenha saído da minha boca.
Não me importa isso tudo que não compartilho.

O louco desejo burro: desperdício.

Me importa que tenha sido isso,
descomprometido;
Que terno e honesto eu ainda não tenha visto,
Que talvez não exista.
Que a culpa possa ser dividida.

Me importa, sim!
Que estou aqui mas não faço parte.
Uso dos mesmos segundos
Mas conto a hora de outra maneira.

Me importa que seja louco,
Não por ser louco, mas
Por querer ser outro
- ainda sendo eu.

Me importa que julguem
Com tanta leviandade
Teus momentos,
Que tão admiráveis
Nada têm de ordinários.

Me importa que sou verdade,
Penumbra e claridade;
Que tenha dito e continue dizendo
O que todos dizem incertos.