Aqui. Nessa gaveta. Minha gaveta. Em um armário. Possivelmente, atrás de uma porta. Minha casa.


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Silêncio em poesia

Esse poema se faz do silêncio
Da leitura concentrada calada dos
anseios por respostas

Esse poema se não fosse poema
Explicaria tudo em um sorriso dissimulado
Em uma foto antiga

Esse poema
Se faz
De silêncio então

Deixe

Que chore

Que a xícara quebre

Que a chuva se irrite com a janela

Que alguém apareça e contigo queira trocar

De lugar

Aqui.

Nessa gaveta.

Minha gaveta.

Em um armário.

Possivelmente, atrás de uma porta.


Minha casa.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

São lagrimas as águas de um lago

É lago as lagrimas de um homem


É solidão as lagrimas que formam o lago

E dissimulado é o lago feito de solidão


Aqui


Dois pés atrapalhando o caminho das leves ondas

Pés calçados e encharcados

- de vergonha


Olhando a outra margem

Dois olhos no caminho da paisagem

Olhos soterrados no lodo

- da melancolia


Então os olhos fitam os pés


E os pés marcham em regresso


E o corpo quase desmaia

Em sua fraqueza

- conhecer o fim da história